Pessoas não são descartáveis
A definição da nossa vida precisa ser viver para Cristo. Longe dEle, do aconchego dos Seus braços, o ser humano é integralmente vazio, por isso há tantas pessoas andando em círculos, sem chegar ao lugar que Deus sabiamente planejou ao nosso respeito, para que encontremos o sentido literal de estarmos aqui.Embora cercados por extenso quantitativo de conhecidos, colegas e amigos, essa lista geralmente se restringe ao fator numérico, porque na prática, infelizmente, não há compatibilidade de empatia e solidariedade quando o assunto é mostra-se atento e disponível no momento que o outro mais necessita de amparo.
De um lado, quando tudo mostrar-se estável, com a mais absoluta ausência de entraves pessoais, dos mais distintos aspectos, o que se vê neste mundo é a profusão de convites para festas badaladas, momentos regados a aparente descontração e afins. Em contrapartida, no instante que o cenário da vida é alterado bruscamente, e com ele surgem mazelas angustiantes, são poucos, contados na palma da mão, que evidenciam real interesse e preocupação pelo bem-estar daquele parceiro das noitadas ilusórias.
Onde estão os amigos do frenesi na hora da dor? Por que desaparecem na ocasião mais aflitiva? É possível explicar a causa para a redução drástica no índice de mensagens enviadas, justamente no período conturbado, no tempo da alma sangrando? Cadê todos eles? Eram apenas quantidade superficial e rasa, gente ocupada demais com a própria vida, em detrimento das legítimas necessidades do outro. Estavam presentes nos encontros sociais, marcando e compartilhando fotos registradas nos eventos, até a alta madrugada, tendo o barulho da música, acompanhado pelo vozerio da multidão, como a trilha sonora da suposta alegria.
Enquanto o ser humano assume esse perfil vergonhoso com o seu semelhante, agindo como se o próximo fosse um mero elemento de diversão banal, cujo objetivo é apenas usar a companhia por conveniência, sem ater-se as questões mais emergenciais de quem está ao lado, dos altos céus o Senhor Jesus espreita a terra, a enxerga por inteiro, discernindo perfeitamente quem é quem. Apesar de nós, mesmo sendo pecadores, ainda assim, Deus persevera em atrair o nosso coração para ele. O Senhor insiste, por amor supremo, romper com esse ciclo potencialmente tóxico-destrutivo, considerado comum na sociedade.
Não há ninguém fiel como Jesus. Em Suas prerrogativas celestiais, dentre a grandeza imensurável do caráter santo do eterno Deus, é manifesta a lealdade do único que jamais, sob nenhuma hipótese, usa pessoas e as descarta. Enquanto esteve na terra, na condição de homem, mesmo sendo a imagem visível do criador, Cristo manteve inalterável o respeito pela dignidade da vida humana, não esquecendo de ninguém. Ele foi ao encontro dos excluídos, demonstrou zelo, valorizou aqueles intitulados a escória do mundo, que eram expostos como “coisa nenhuma”. Foram por eles e por nós que o Todo Poderoso veio à terra, a fim de anunciar a graça bendita, as boas novas da salvação. É tempo de deixar o velho homem morrer com os pecados de morte espiritual, e então desfrutaremos a novidade da verdadeira vida eterna com Cristo.
“Todo o que o pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”. João 6: 37
Bárbara Rebouças