Onde estiver nosso coração, aí também estará nosso tesouro
Devido ao período do isolamento social, as lives têm expandido em acessos astronômicos Brasil afora. Além dos números impressionantes e extensivas horas ao vivo, os eventos virtuais contam com programações diversificadas, compostas por estilos musicais que agradam todas preferências de público. Outro aspecto evidenciado é o aparato minucioso dos cenários montados para realização das apresentações, ou seja, o que não faltam são expressões da sociedade do espetáculo, mesmo em tempos de pandemia.
A pergunta a ser feita é: qual o real intuito nessas exibições? Existem argumentos embasados na arrecadação de recursos, tanto financeiros e alimentares, a fim de alcançar a população carente, o que, por si só, são motivos merecedores de reconhecimento, afinal, o desemprego notoriamente cresceu, bem como ampliou a faixa da pobreza nacional.
Todavia, na contramão do admirável viés humanitário em ajudar multidões famintas, também ocorrem atuações artísticas notoriamente dispostas a usar as transmissões em benefício próprio, com lives pagas inclusive, ou mesmo, dependendo da quantidade de acessos, há o estabelecimento no número de cestas básicas a serem distribuídas. Isto é, senão bastasse a vergonhosa e deprimente conduta, torna-se explicito o objetivo dessas lives: manter apenas o padrão bancário e, junto com o dinheiro, o ego em alta do tal cantor ou cantora.
Questões feito estas levam-me mais profundo a análise do quão distantes, infelizmente, pessoas ainda insistem estar de Deus, como se nada do que ocorre atualmente, a exemplo da COVID 19, fosse capaz de produzir algum nível de mudança interior, a ponto dessas pessoas ditas racionais saírem dos casulos, olharem para o exterior, perceber quão devastador tem sido as repercussões de um único vírus que já infectou milhões, deixando como consequência centenas de mortos.
Embora seja surreal a expressão de tanto egoísmo medíocre, por outro lado, o Espírito Santo traz ao meu ser um impactante entendimento espiritual. O Trono de Deus é cercado por canções que ninguém nunca ouviu na terra e, mesmo assim, na eternidade, em meio a Sua completa santidade, o Senhor dos Exércitos deseja ouvir quando os servos O adoram, oram, se rendem em humilhação com sinceridade, anseiam ser totalmente dEle, em espírito e em verdade.
Não temos como impressionar Deus com que fazemos de bom, ainda que as atitudes sejam para beneficiar nosso próximo, mas, apesar disso, Ele quer ouvir os verdadeiros adoradores. O criador do universo é o dono de todas as canções entoadas pelos anjos em Sua santa presença, detém a melodia em Suas mãos, mas ama ouvir as vozes dos filhos declarando que só necessitam do perdão, do amor, da graça dEle, dia e noite sem cessar.
Chegará o grande dia, quando só existirá em breve um único som glorioso entoando por toda terra, o brado de adoração ao Rei Jesus, então já não haverá nenhuma outra música secular, nenhum outro assunto a ser declarado, que não seja sobre exaltar para sempre e sempre ao Rei, Senhor e Salvador Jesus, o Nome sobre todo nome. Céu ou o eu comercializado no mundo? Somos nós quem escolhemos sabe por que? Onde estiver nosso coração, aí também estará nosso tesouro.
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. Mateus 6: 19-21
Bárbara Rebouças