O menor é o maior
A Misericórdia de Deus é o amor revelado a cada manhã, de modo permanente, nos chamando sem cessar para segui-Lo, apesar de quem somos, completos imerecedores. Não, não somos dignos do olhar piedoso do Senhor. Mesmo diante disso, dessa constatação realista, ainda existem pessoas que insistem em intitular-se superior aos outros, seja devido o cargo postulado profissionalmente, a robustez financeira acumulada na conta bancária, a suntuosidade exposta no patrimônio imobiliário ou mesmo pela aparência exterior. O mundo argumenta que não há espaço para os fracos, não existe lugar para os perdedores. Quem sabe mais, consequentemente vai além. Quem possui ajuntamentos, de cunho material, é o melhor.
De modo literal tudo é efêmero, nada é para sempre, até o que é considerado relevante nessa terra será sucumbido, pois a vida está acima do conglomerado de coisas, principalmente quando a motivação primária decorre de sentimentos escusos, a começar pelo latente egocentrismo acompanhado pela visão oportunista. No afã de ser notório, custe o que custar, com o objetivo de fazer parte de um grupo seleto, transitar entre pessoas ditas importantes, muitos menosprezam os que consideram serem os menores, o tipo de gente classificada como simplória, a quem o nível de tratamento ofertado é o mais raso e superficial, por vezes dissimulado. Em um mundo com essas percepções errôneas, os ensinamentos deixados por Cristo soam como um contrassenso, algo completamente ilógico. Entretanto, os mandamentos de Jesus confrontam e condenam a soberba humana.
A conduta segregadora não só produz malefícios corrosivos para quem a executa, sobretudo releva, ao Criador do universo, tudo que encontra-se encoberto aos olhos alheios, porque dEle todas as circunstâncias, as vividas e praticadas por nós nas 24h, são nitidamente conhecidas na eternidade. A soberania de Deus permanece nas elevadas alturas, move com poder, autoridade e glória, os céus, terra e mares, ninguém pode fugir do Senhor.
Enquanto esteve na forma de homem neste mundo, o Rei Jesus mostrou abertamente quem é, o mais humilde dentre todos, mesmo sendo Deus tremendo veio para servir e dar a vida em resgate de muitos. Durante os 33 anos de estadia física na terra, o Alfa e Ômega manifestou caráter pleno em amar os pobres, enfermos, órfãos e viúvas, os excluídos da sociedade. Aqueles que pareciam nada ter, povo sem atenção, cuidado e valor, foi o alvo prioritário do acolhimento sacrificial de Cristo. A Rocha eterna e inabalável afirma que somente quem reconhece ser o menor no Reino santo, pela graça do Seu Espírito, terá parte com ele na herança conquistada na cruz do calvário e ocupará o lugar de honra dentre os eleitos de Sião, na Cidade de Jerusalém Celestial. Todo orgulho, vaidade e soberba se desfazem diante do poder da presença de Jesus, pois apenas os quebrantados de espírito verdadeiramente se prostram perante a glória do Grande Eu Sou e o seguem por completo.
Jesus os chamou e disse: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser servo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Marcos 10: 42-45
Bárbara Rebouças