Jesus ergue- me e fortaleceu- me acima da dor para bradar a glória soberana dEle
Amar e cuidar dos pais é receber a bênção do céu, do próprio Deus vivo e verdadeiro. Maravilhoso experimentar o contentamento de oferecer o melhor a quem nos deu a vida.
Pai e mãe foram feitos para serem honrados pelos filhos. Esse é o primeiro mandamento de Deus com promessa: honrar pai e mãe para ter dias prolongados na terra.
Se você ainda os tem vivos, glória a Deus, os honre enquanto é possível, porque é dilacerante não ter mais a presença de uma mãe por perto, como eu. Só o Espírito Santo de Deus consola, preenche a ausência física materna.
Absolutamente ninguém possui “manual” composto com preparação para vivenciar o luto, muito menos dispõe de “itens” para conviver com a materialidade da perda de quem tanto se ama, principalmente tratando- se da mãe, pessoa extremamente importante, única, vínculo essencial da existência.
No auge da dor, horas após a confirmação da morte, tudo que eu conseguia fazer além de tentar consolar meu pai foi desacreditar na partida da minha mãe.
Em estado de choque contive as lágrimas. Mas, no secreto, longe de todos, estando à sós com o Espírito Santo, me expus inteiramente derramando copiosamente a extensão indecifrável das minhas lágrimas.
No momento que chorava ouvi a poderosa voz do meu amado Rei Jesus expressar consolo dentro de mim. Amorosamente recebi o abraço dEle, o mais terno que existe no universo.
Meu Pai Celestial disse que eu chorasse toda tristeza, contasse a agonia da minha alma a Ele. Mais uma vez eu vi a permanência fiel de Cristo comigo nos dias bons e maus.
Enquanto me acalentava com doçura e mansidão, meu Abba falou comigo. Disse que proclamaria o Reino Celestial por meio de mim no dia seguinte a partida da minha mãe à eternidade.
Mesmo eu tão frágil na minha humanidade, sentindo-me incapaz de tudo, Jesus é a força inabalável para quem a ele pertence. Cristo aperfeiçoa Seu poder na fraqueza de quem ele escolheu para ser um com ele em Sua santa presença.
E, ali, no cemitério, num ambiente permeado pelo sofrimento, diante da despedida da presença física da minha amada mãe, Marinalva Rebouças, quando o meu coração, juntamente ao meu pai e irmãos encontrava- se destroçado pela saudade, o Deus Eterno fez- me enxergar além da morte.
O Espírito Santo soprou sobre mim um nível sobrenatural de revestimento altamente glorioso de adoração grata ao Rei Jesus, reconhecendo publicamente a soberania eterna do Seu poder e autoridade no céu e na terra.
Eu experimentei a dimensão da glória de Deus no cemitério no instante em que me rendi em obediência a minha total dependência ao Senhor Jesus.
Só o Espírito Santo pode erguer uma filha enlutada para, com intrepidez e unção anunciar em alta voz o governo de Cristo acima de tudo, sobre a morte vencida ao terceiro dia com o triunfo da ressurreição do Filho de Deus.
Pela misericórdia de Jesus eu fui coberta da armadura dEle, cingida pelo escudo da fé inabalável. A unção do Deus Altíssimo inundou- me, fluindo poderosamente exaltação ao Senhor dos Exércitos.
Jesus levou- me a bradar no sepultamento com total liberdade no Espírito Santo, proclamando a verdade indestrutível do Evangelho, adorando a ele, evidenciando o testemunho genuíno da minha mãe.
Ouvi nitidamente os comandos reais do Espírito Santo ao confirmar dentro de mim onde minha mãe está, no Reino Celestial, e com quem literalmente ela encontra- se face a face, na presença majestosa do Rei, Senhor e Salvador Jesus.
No dia do sepultamento da minha mãe uma atmosfera celestial desceu ocupando o ambiente físico e espiritual. Um altar de adoração ao Senhor Jesus foi erguido e estabelecido naquele lugar com a presença dos anjos adoradores, que uniriam- se a mim.
Envolvida pela maravilhosa comunhão com o Espírito Santo, eu não sentia mais a dor, o sofrimento, muito menos tristeza da morte.
Jesus disse: “Barbara, filha minha, pregue porque eu, teu Senhor, estou contigo”. Proclamei impulsionada pela autoridade e poder de Jesus o Reino de juízo e justiça dEle com o caixão parado, anunciei a essência do testemunho cristão da minha mãe. Na sequência, durante o cortejo, Deus continuou a usar- me como shofa dEle.
Brados incessantes ressoavam ecoando pelo cemitério por meio dos meus lábios em alta voz, sendo decretos de Cristo anunciando o governo, reino e domínio dEle.
Me prostrei em adoração de joelhos enquanto o caixão foi posto para enterrar. Cantei louvores, dancei louvando ao Senhor Jesus declarando a soberania santa dEle em todo universo.
Eu vi no meu espirito Jesus ali com poder e grande glória sendo engrandecido, recebendo toda legítima adoração.
Ao final da cerimônia, um primo meu servo de Deus teve visão aberta no transcorrer desse sobrenatural mover do Espírito Santo. Ele viu dois anjos sobre o caixão.
O cuidado e zelo de Cristo são imutáveis para quem é fiel a ele, como minha mãe. A presença dos anjos guerreiros sobre o caixão possui representação gloriosa.
Os restos mortais dos adoradores de Cristo são preservados por Deus para o grande Dia do arrebatamento, quando os espíritos dos salvos, que já estão na glória com Jesus, irão se juntar ao corpo físico glorificado.
Eu jamais conseguiria por mim mesma fazer nada, senão chorar de saudade na minha humanidade, porque internamente eu estava despedaçada, afinal, era a despedida, mesmo que temporariamente, da mãe mais que especial escolhida por Deus para gerar a mim e aos meus irmãos.
No sepultamento Jesus ergue- me e fortaleceu- me acima da dor para bradar a glória soberana dEle. Foi o Espírito Santo quem consolidou esse poderoso agir em mim e através de mim. Eu sou totalmente dependente do Senhor Jesus.
Minha mãe de maneira sincera serviu ao Senhor Jesus de todo coração. Por isso, nada aplacou a entrega genuína dela ao Leão de Judá.
Eu tive uma profeta como mãe, que pregava incansavelmente o Evangelho, indo ao encontro das almas perdidas, sendo testemunha para os irmãos na fé, tudo porque viveu aqui na terra a autenticidade da conversão a Cristo.
Convictamente, eu voltarei a encontrar na Santa Jerusalém Celestial a mulher extraordinária que aqui na terra exerceu o cumprimento do propósito de gerar 4 filhos, para glória de Cristo.
Lá, na eternidade, diante do Trono de Deus, nós não seremos mais mãe e filha. Mas, sim, irmãs em Cristo, igreja do Senhor, noiva do Cordeiro de Deus, unidas para sempre como um só povo eleito pelo Altíssimo, salvo pelo glorioso sangue do Rei, Senhor e Salvador Jesus, de eternidade a eternidade.
Jesus está vivo, reina soberanamente exaltado em glória eterna à direita de Deus, regressará triunfal com os filhos fiéis, junto com minha mãe, para estabelecer o Reino Celestial na terra. Ele vem casar com a Noiva Santa e julgará as nações rebeldes.
Minha mãe habita com Cristo, porque foi fiel em obediência a Palavra de Deus.
Assim falou o Senhor dos Exércitos comigo:
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. 2 Coríntios 12: 9- 10
Bárbara Rebouças