A obediência gera vida abundante e eterna
Lembro- me de ouvir, ainda bem pequena, as recomendações cautelosas do meu pai a despeito dos perigos existentes na energia elétrica.
Que eu não poderia, em hipótese alguma tocar na tomada, pois levaria choque, iria me ferir ou, na pior das possibilidades, eu ficaria presa na corrente elétrica. Além disso, o risco iminente de morte.
Eu era uma criança inocente, pura e indefesa. E meu pai, como bom protetor, sempre envolveu- me numa atmosfera de amor defensor ao mostrar os cruciais alertas, implicações e riscos, tudo para me proteger.
Mesmo tendo acesso a todas instruções e advertências, num ato de desobediência as ordens estabelecidas por meu pai, apesar de já ter consciência prévia das consequências, ainda assim eu toquei na tomada.
Resultado do meu erro? Machuquei os dedos, levei choque, choro compulsivo, por pouco não fiquei presa, pois minha mãe puxou- me.
Essa minha experiência na fase inicial da vida fala profundo ao meu espirito, principalmente após a minha conversão ao Senhor Jesus há 21 anos.
Aprendi com o Espírito Santo os impactos que permeiam a rebelião, seja sob qualquer aspecto, mas, em todos, há, sim, repercussões complexas e, por vezes, devastadoras, irreversíveis.
A desobediência deixa marcas severas em todos os âmbitos da vida, independentemente da faixa etária. O saldo devedor sempre ocorre quando existe uma decisão potencial em se opor a fazer o que é correto, indo de modo literal na direção do erro.
O povo de Israel, por exemplo, foi escravizado no Egito por 400 anos. E, embora tenha sido liberto por Deus do jugo do faraó, a nação israelita permaneceu 40 anos peregrinando no deserto Sinai.
Qual a justificativa pode explicar a permanência de uma nação eleita pelo Deus Criador passar 4 décadas percorrendo um deserto, se este só tem 200km de largura?
Em consequência da incredulidade, infidelidade e desobediência do povo, o Senhor Deus permitiu que eles levassem 40 anos para atravessar o deserto.
O povo rebelou-se grandemente, violou a autoridade de Deus. A desobediência ao Senhor dos Exércitos representa rebelião aos santos propósitos dEle.
Com isso, a proteção e a cobertura de Deus foram retiradas, e o maligno teve acesso legal por permissão do Altíssimo, pois o Reino Celestial é regido por princípios invioláveis.
Ou seja, para Deus a rebelião aos mandamentos perfeitos é considerada feitiçaria e permite a entrada legal aos poderes demoníacos controladores, que escravizam e subjugam as almas, impondo domínio tenebroso sobre as pessoas.
O povo de Israel foi dizimado no deserto por causa da própria insurgência ao Senhor dos Exércitos. Apenas Calebe e Josué, bem como os descendentes abaixo dos 20 anos entraram na Terra Prometida, em Canaã, devido à obediência ao único Deus vivo e verdadeiro.
Deus não impõe, não nos obriga a segui- lo, nem muito menos exige que venhamos cumprir a santa vontade dEle por tirania, por manipulação. Deus é santo. Ao contrário, o Pai Soberano em Sua gloriosa sabedoria conhece de modo completo e eterno quais são os desdobramentos de todas as nossas péssimas escolhas.
Ele é, por si mesmo, o autor e doador da vida abundante em Jesus. No entanto, Deus entregou ao ser humano a oportunidade de escolher, enquanto respira, qual caminho seguir. Todo aquele que, por amor obediente submete- se a autoridade divina, ao senhorio soberano de Cristo, com ele será um só.
“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. 1 Coríntios 6: 9-10
Bárbara Rebouças